segunda-feira, 20 de julho de 2009

MEMORIAL

Aos 6 anos de idade fui à primeira vez à escola para cursar a 1ª (primeira) série, hoje 2º ano do Ensino Fundamental na Unidade Escolar Odorico Castelo Branco.Como já era alfabetizada por minha mãe, meus pais almejavam minha sistematização na escrita através da leitura, pois nessa época eu já lia imagens devido morar em um lar familiar de nove irmãos que respirava livros, revistas, gibis, dicionários, almanaque, em fim, vários suportes de leitura.Meu pai só estudou até o 3º ano do Ensino Fundamental e minha mãe até o 1º ano do Magistério. Ela dava aula de reforço para alunos do Ens. Fundamental menor, Ele só trabalhava bastante para nos sustentar, mas tinha um grande conhecimento de mundo, entendia um pouco de tudo. Cursei a 2ª série na Unidade Escolar Fernando Marques período em que li o primeiro livro, As Aventuras de Robinson Crusoé (Daniel Defoe). O que mais chamou atenção neste livro foi a coragem da personagem. Esta leitura foi iniciativa própria. Nesta mesma Escola tive uma grande decepção que trago comigo até hoje: gostava muito de cantar, meu irmão mais moço colecionava cancioneiros, um gênero textual com músicas popular brasileira, até que então levei o tal objeto para escola a fim de mostrá-lo à minhas colegas e cantar na hora do recreio. Minha professora quando me viu com o cancioneiro tomou-me e não devolveu. Eram as minhas músicas preferidas, fiquei muito triste, pois aquela docente não sabia que ler cantando, desenvolve a leitura. Aos domingos, meu Pai comprava literatura de cordel e pedia para eu ler. A mais marcante foi a carta que o Satanás mandou pra Roberto Carlos, ainda me lembro de um pequeno trecho: por favor Roberto Carlos não cante mais a música de que tudo mais vá pro inferno, porque aqui já está cheio. Do 6º ao 9º ano, usava apenas o livro didático em sala de aula e as aulas eram uma sequência de leitura de acordo com o índice do livro não se trabalhava com suportes como o jornal, TV, vídeos, e às vezes, o dicionário era utilizado. Na minha infância e adolescência brinquei bastante, trocava gibis com minhas colegas, lembro-me do Tio Patinhas, Zé Carioca, Madame Mim, Pato Donald, Os irmãos Metralhas, e outros. Adorava assistir o Sítio do Picapau Amarelo, primeira versão. Na rua em que morava, eu, minhas irmãs e colegas fazíamos e ensaiávamos pequenos dramas onde nossas mães nos ajudavam a apresentar ao público de vizinhos e amigos. Para participar do drama tínhamos que ler e decorar os textos que às vezes eram longos ou sucintos. Uma das apresentações que me recordo até hoje é: balaio senhor, balaio do coração a moça que não tem balaio sacode-se lá no chão, eu queria ser balaio na colheita do café para andar dependurada na cintura de José; eu queria ser balaio na colheita do algodão para andar dependurada na cintura do João. A escrita, oralidade, a rima, a poesia sempre estiveram presente em minha vida. Nesta primeira fase de estudo tive apenas uma aula marcante positivamente, foi numa aula de ciências quando cursava a 7ª série na Unidade Escolar Monsenhor Lindolfo Uchôa, quando apresentamos um seminário sobre metais maus condutores e bons condutores.Foi a primeira vez que falei publicamente na escola.Durante o Ensino Médio no Curso de Crédito e Finanças tive um professor de matemática,Cláudio Alberto, ele transmitia respeito, competência, tranqüilidade, era um amigão. Já no Magistério tive uma professora dedicada e paciente, D. Tamina Oka, um amor de pessoa ensinava lição de vida. Outra professora excelente foi D. Zenaide, ministrava Prática de Ensino aprendi muitas coisas com ela. Foi nessa época que me dediquei mais à literatura. Li A Escrava Isaura de Bernardo Guimarães. Uma narrativa que não é uma história de amor, mas dos sofrimentos do amor. Os conflitos de uma escrava que não tem direito de amar. O amor à primeira vista é um dos motivos que compõe o romance. A heroína é beleza, todos que a vêem se apaixonam por ela. O livro termina bem, final feliz com o vilão castigado e a vítima enaltecida. Além desse romance admirava também as poesias de Gonçalves Dias como Canção do Exílio e outras.Nesta fase também me deparei com a Professora de Língua Portuguesa,Edmilsa Santana, onde aprendi a redigir Gêneros textuais como procuração, carta comercial, requerimento, ofício, etc.Ao chegar na Universidade me deparei com outros gêneros textuais tipo artigo, resenha, monografia tudo isto apresentado em seminários.A leitura e escrita sempre estavam presente. Neste período, li Marcos Bagno, Preconceito Linguístico,Câmara Jr. ,Estrutura da Língua Portuguesa, Ismael de Lima Coutinho, Pontos da Gramática Histórica. Durante os quatro anos de curso tive um número pequeno de professores que transmitiam e facilitavam o objeto de estudo porque outra parte deixou a desejar. Tinham que ser mais preparados e motivadores. A leitura marcante foi o texto de juramento na minha formatura porque fez que cada formado reflita e saiba cumprir a missão que o curso oferece.Atualmente sou leitora de poesias, romances, revistas, leituras reflexivas voltados pra minha área de formação.

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